sábado, 2 de março de 2013

Francisco Dias D' Avila e a provincia do Piauhy

Nas estórias sobre a colonização do Piauí só aparece mais os nomes de Domingos Affonso Mafrense e Domingos Jorge Velho, mas não podemos desconsiderar que temos outros colonizadores que merecem muito mais o crédito, como os " Dias D' Ávila " da Casa da Torre que financiava essas colonizações.


Página 103

Quando os bandeirantes aqui chegaram a pedido da casa da Torre, há muitos anos que os D'Ávila já haviam adentrado o Piauí, inclusive por cima, pelo Pernambuco e não pela serra dois irmãos. Foram cerca de 5 expedições.

Página 147


Página 150

Página 176




A serra dos Dous Irmãos e a Vermelha formam os limites entre Pernambuco e Piauhy. ... o arrojado cabo de guerra, o sertanista Domingos Affonso Sertão (ou Mafrense) que vinha a serviço da Casa da Torre.


...



No século XVII, beneficiados com a concessão de imensas sesmarias, a Casa da Torre (de Garcia D’Ávila, beneficiado com terras por Tomé de Souza) e a Casa da Ponte (de Guedes de Brito) eram os grandes  feudos da Bahia, e seus senhores penetraram no vale intermediário, espalhando seu gado e seus vaqueiros até o Piauí. 


Página 250


A única maneira de conquistar os índios do Piauí seria usando a estratégia de Francisco Dias de Ávila, da Casa da Torre e praticamente nessa época  sua família já era dona de quase todas as terras do nordeste. Como os bandeirantes paulistas iam ter acesso aos índios sem contar com uma estrutura, com alguma ajuda? Bandeirantes eram peões, rústicos. Eles podem sim ter conquistado terras, mas não foram os primeiros colonizadores a chegar Ele vieram pelo extremo sul na Serra dois irmãos .



Página 244
Nesse mapa tem a rota da colonização da Casa da Torre, com a estrada que era a via de acesso pra levar o gado as fazendas do Piauí. 



Tendo em vista o grande território conquistado pela Casa da Torre, os D’ávilla para que pudessem assegurar a ordem e impor a soberania de Portugal começaram a outorgar títulos de capitão-mor, sargento-mor e entre outros, com o intuito de estabelecer o domínio em suas terra, nomeavam também procuradores que lhes pagavam o foro e lhes serviam em troca de apoio e força junto ao governo colonial.



A Casa da Torre de Garcia d’Ávila 
[Conclusões da obra O Feudo, de Luiz Alberto Moniz Bandeira, 2ª edição revista e ampliada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, 695p.]

(...)A dilatação do domínio da Casa da Torre, em mais de algumas centenas de léguas dentro sertão do S. Francisco, acarretou-lhe, entretanto, sérios confrontos. Com toda a força de que dispunha, a Companhia de Jesus não pode contrapor-se frontalmente aos interesses da Casa da Torre, que dispunha de imenso poder, não apenas político, mas também militar, tanto que a casa-forte de Tatuapara continuava como um baluarte tão importante quanto as outras fortalezas pertencentes ao Estado português, fornecendo as tropas necessária para reprimir não apenas os índios rebelados como também os mocambos, que os escravos africanos, fugitivos, começaram a formar nos sertões, em ambas as margens do rio S. Francisco. E o capitão Garcia d’Ávila, o segundo do nome, deixou seu domínio para o filho Francisco Dias d’Ávila, também o segundo do mesmo nome. Este Francisco Dias d’Ávila, conquanto seu pai, o capitão Garcia d’Ávila, fosse realmente o primeiro a desbravar aqueles sertões do Nordeste, adentrando o Piauí e a Paraíba, até o Tocantins, no Brasil Central, e as lindes do Maranhão, continuou a conquista do sertão e foi possivelmente “ o capitaneador do largo desenvolvimento e ocupação do setor setentrional da zona da pecuária”, conforme Basílio de Magalhães admitiu, a ressaltar que, se esta suposição se esteasse em elementos mais firmes e valiosos, não vacilaria em afirmar que seu nome “bem merece lugar de maior destaque entre os heróis da expansão geográfica do Brasil no século XVII

A Casa da Torre, no início do século XVIII, arrendava sítios, geralmente de uma légua, à razão de 10$000 réis por no ano. Um desses rendeiros foi Domingos Afonso, cognominado Sertão ou Mafrense, que formou na confluência das capitanias setentrionais, próximo ao mesmo tempo do Piauí, Ceará, Pernambuco e Bahia, cerca de 50 fazendas e, a exercer como os outros senhores de terra o que Euclides da Cunha denominou de “feudalismo achamboado – que levava a transmudar em vassalos os foreiros humildes e em servos os tapuias mansos”, aliou-se na “mesma função integradora ao seu tenaz e humilde adversário, o padre”. 

No início do século XVIII, a zona de criação de gado já se estendia das raias setentrionais de Minas Gerais a Goiás, ao Piauí, à Paraíba, aos extremos do Maranhão e Ceará, pelo ocidente e norte, e às serranias das lavras na Bahia, a leste. E o domínio da Casa da Torre, através de mais de 400 léguas, representava o dobro da capitania do Piauí e fora maior do que qualquer das donatárias concedidas por D. João III. De fato, ao contrário dos bandeirantes de S. Paulo, que apenas devassaram a terra, mas não se preocuparam fazê-la economicamente render, os senhores da Torre, ao longo de três séculos, ocuparam-na e trataram de a explorar, ou expandindo sua criação de gado ou arrendando sítios e fazendas, instituindo um senhorio, ao mesmo tempo em que se constituíam como poder político e militar, com seus próprios regimentos de milícias, o que dava ao seu domínio característicos de um feudo.

As sesmarias outorgadas à Casa da Torre e a outros sesmeiros no Piauí, assim como no Rio Grande do Norte e outras capitanias do Nordeste, compreendiam quase toda a extensão do seu território, porém seus titulares, na maior parte, residiam na Bahia ou Pernambuco. 

A Casa da Torre, da mesma forma que Antônio Guedes de Brito e seus descendentes, exerceram o domínio sobre tão vastas possessões de terra por meio de procuradores, aos quais o governo colonial outorgava patentes de sargento-mor, capitão-mor ou mestre de campo, investindo-os de autoridade e tornando-os verdadeiros régulos, de modo que igualmente pudessem assegurar a ordem e impor a soberania de Portugal.

Pedro Barbosa Leal, Teodósio de Oliveira Ledo, João Correia Arnaud , Antônio Gomes de Sá, Bento da Costa e outros foram alguns dos seus procuradores, espécie de vassalos, que lhes pagavam o foro e lhes serviam, em troca de apoio e força junto ao governo colonial. 

Também Domingos Afonso Sertão, no Piauí, foi um dos seus rendeiros e associados, da mesma forma que Domingos Roiz de Carvalho, na bacia do Pajeú, e Antônio Oliveira Ledo, seus irmãos e sócios, que saíram do vale do S. Francisco e descobriram os sertões do Rio Grande do Norte. Esses e outros homens, que atuavam como procuradores da Casa da Torre, sempre tiveram sob suas ordens companhias de ordenanças, que utilizaram como fator dissuasório contra ocupações indevidas e em respaldo à cobrança dos foros. Naturalmente, a presença de tropas da Bahia, vinculadas aos grandes sesmeiros, concorria naturalmente para tornar mais precária a posição dos foreiros e posseiros, nos longínquos sertões da Paraíba e do Piauí, onde as terras estavam entregues ao mando e desmando de procuradores, homens rudes e violentos, que pouco a pouco assumiram, de fato, o seu senhorio.

(...)
A exploração, em escala até então inusitada, das minas de ouro e diamantes, produzira profundas repercussões em todo o Brasil, cuja população aumentara para aproximadamente 2,5 milhões de habitantes, e nos sertões do Piauí, assim como das mais diversas capitanias do Nordeste, as contendas pela posse da terra, entre os moradores e os titulares de sesmarias, cada vez mais se intensificaram, dado que os arrendatários e os procuradores dos sesmeiros apareceram, a exibirem as cartas de doações e a reclamarem seus direitos. 

Os litígios judiciais com foreiros e posseiros então avolumaram-se e afetaram, sobretudo, o domínio da Casa da Torre. O coronel Garcia d’Ávila Pereira, ainda que no mais das vezes não se afastasse de Tatuapara, mandou os prepostos, comandando tropas para fazer guerra aos índios de corso, bem como desencorajar e intimidar os invasores de suas terras, nos sertões do Piauí e da Paraíba. Seu filho, porém, Francisco Dias d’Ávila 3°, nem mesmo da Torre, de onde raramente saiu, comandou, ao que se sabe, qualquer expedição. Aparentemente, não se interessou pelos sertões nem se empenhou para evitar que os rendeiros e posseiros senhoreassem suas terras, no Piauí e na Paraíba. Foi apenas o morgado, que, conquanto tirasse grossas rendas das terras aforadas ou administradas por feitores, possuía também engenhos de açúcar, bem como fábricas de farinha e de óleo de baleia, que ainda mais aumentavam seu cabedal. Sempre com a saúde abalada, faleceu, em 1° de abril de 1750, aos 42 anos, devido à gota artrítica, segundo se supôs, deixando uma filha, com cerca de 16 ou 17 anos e batizada com o nome da bisavó, Leonor Pereira Marinho, e um varão chamado Garcia d’Ávila (o 4°) Pereira de Aragão, que, com o seu consentimento, requereu, em 28 de fevereiro de 1750, a carta de emancipação. Este Garcia d’Ávila Pereira de Aragão, herdeiro do morgado, pretendeu também que o rei D. José lhe confirmasse do senhorio de juro e herdade da vila, que seu avô o coronel Garcia d’Ávila Pereira mandara construir para ele e seus descendentes, conforme acordado pelo rei D. Pedro II com sua bisavó Leonor Pereira Marinho, e recebeu a patente de mestre de campo. Não teve, porém, de combater. Terras não havia a desbravar, nem mais os índios constituíam no sertão séria ameaça aos colonos. 

Seis gerações de Dias d’Ávila, ao longo de 250 anos, conquistaram os sertões do Nordeste, expandiram seus currais de gado, pelas margens do S. Francisco, da Bahia à divisa do Piauí com o Maranhão, e construíram um domínio com nítidas características de um feudo, como o senhorio de juro e herdade da vila de sessenta vizinhos, sobre a qual o coronel Garcia d’Ávila, o 3° do nome, e seus descendentes exerceriam jurisdição ordinária nos termos da ordenação filipina. 



No testamento de Affonso Mafrense diz:


"Declaro, diz elle no seu testamento, que sou senhor e possuidor de metade das terras que pedi no Piauhy com o coronel Francisco Dias d'Avila e seus irmãos, as quais terras descobri e povoei com grande risco da minha pessoa.

Os funcionários da Casa da Torre

Domingos JorgeVelho destruidor dos Palmares, grande exterminador de índios, já possuía fazendas no Rio São Francisco na fronteira de Bahia com Pernambuco quando recebeu a missão de libertar o Piauí, junto com o português Domingos Afonso Mafrense "Sertão", isso aconteceu, a contrato do rico fazendeiro baiano Francisco Dias D'Ávila, que cobiçava as pastagens d'além da margem ocidental do mesmo Rio. Em seguida cumprida a tarefa Domingos Jorge Velho separou-se de "Sertão" e foi sozinho dar combate aos índios rebelados no Cariri, Ceará, e depois na Paraíba, de cujo território foi nomeado governador, e onde estabeleceu a sua fazenda definitiva de Piancó

A expedição de Belchior Dias Moreya, entretanto, foi a geratriz de varias outras, que, por todo o seculo XVII e começos do XVIII, ... Apròs que les Portugais avaient reconquis la Bahia, Francisco Dias d' Avila, ayant appris quelques particularités à 1'égard de la ... Seria o mesmo Francisco Dias d' Avila que, segiruln Y. A. Pereirii da Costa (in « Noticias sobre as comarcas da provincia do Piauhy


Mais uma prova que a casa da torre tinha posse dos curais do Piauí

Página 81



Página 252

Página 253

Página 256


Página 26

Página 27

Página 26

Página 229


Página 25

A "Nova Freguesia e Igreija de Nossa Senhora da Vitória do Piauhy" foi fundada em ii. ... Colonizada por Domingos Afonso Sertão e pelo coronel Francisco Dias de Ávila, senhor da Casa da Torre, esta região tinha ainda poucos moradores:



A chainada serra Dois Irmãos consta de dois pequenos montes, na raia meridional do Estado do Piauhy, por entre os ... Affonso Serra, e com os soccorros que lhes prestaram o Cfi Francisco Dias d'Avila, senhor das terras de S. Francisco, ...


Página 199


Página 198

Página 228

Página 231

Página 196

Página 343

Página 339

Página 343

Página 332



Domingos Affonso, um dos rendeiros da Casa da Torre, partira em 1671 do rio S. Francisco a explorar novas terras. Entrou nas planicies do Piauhy, e, luctajido com os indios, apossou-se das terras e tornou-se com suas 39 fazendas de gado

Página 39

Página 40

Página 41

Nenhum comentário:

Postar um comentário